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Nota do SINTET-UFU sobre a chacina no Rio de Janeiro



O assassinato nunca deve ser celebrado, independentemente de quem seja a vítima. O que ocorreu no estado do Rio de Janeiro foi uma ação absurda e desorganizada, cujo objetivo não era prender, mas sim eliminar qualquer um que estivesse no caminho do que foi decidido pelo Governador. 


O principal alvo da operação era um dos líderes do Comando Vermelho (C.V.), mas, ironicamente, ele NÃO FOI capturado. Mortes de 121 pessoas foram relatadas (em dados imprecisos) na tentativa de prender uma. Em linguagem clara, tratou-se de uma chacina contra indivíduos que, segundo a legislação brasileira, deveriam ser detidos e levados à justiça. 


Nesta quinta-feira, a Defensoria Pública da União (DPU) protocolou um pedido de medida cautelar, buscando autorização para participar das perícias técnicas dos corpos, ao suspeitar, com base nas imagens divulgadas, de sinais de tortura, conforme informações de Fabiana da Silva, da ouvidoria da Defensoria Pública do Rio de Janeiro à BBC News Brasil. 


O Brasil não é um lugar sem leis! As forças policiais não podem agir por conta própria. Elas DEVEM RESPEITAR A CONSTITUIÇÃO FEDERAL! O total de mortos até agora (sendo quatro policiais) ultrapassou as 28 mortes registradas em uma operação na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, em maio de 2021, além dos 111 detentos que perderam a vida no massacre do Carandiru, em São Paulo, em 1992. 


Com um número tão elevado de mortes e nenhuma prisão, nenhuma força policial pode afirmar que essa ação foi bem-sucedida! A retórica sobre o combate ao crime organizado sempre aparece em períodos que antecedem as eleições (lembrando que as próximas são no próximo ano, quando governadores e deputados disputam atenção) e é usada para enganar aqueles mais ingênuos, que acabam idolatrando os responsáveis por essas atrocidades, nomeando-os de MITOS. 


A entrada de um cidadão no tráfico de drogas é um fenômeno complexo, geralmente resultado da interação de múltiplos fatores, incluindo condições socioeconômicas, vulnerabilidade social, problemas familiares e busca por aceitação ou realização financeira.  


O Brasil precisa é de mais investimento em educação conforme análises recentes que apontam para a necessidade de um aumento nos recursos por aluno, tanto para a educação básica quanto para a superior e investimento em recursos para diminuição da fome e fomento das vagas de emprego com dignidade e valorização.  


A pobreza e a falta de oportunidades de emprego e educação são fatores predominantes. Em comunidades carentes, o tráfico de drogas pode parecer uma das poucas alternativas para se obter renda e sustentar a família. A significativa desigualdade na repartição de renda e a ausência de igualdade no acesso a serviços públicos essenciais geram um cenário favorável à criminalidade, onde diversos indivíduos se sentem excluídos e desprovidos de alternativas promissoras para o futuro.


Desafios nas dinâmicas familiares, ausência de controle por parte dos pais, desintegração dos laços familiares ou a falta de modelos de referência construtivos podem elevar a probabilidade de envolvimento em atividades criminosas.


Questões como a falta de autoconfiança, ansiedade, depressão ou a tentativa de escapar de dores emocionais podem resultar na conexão com substâncias ilícitas, tanto como consumidor quanto como integrante de uma rede de comércio de drogas.


Em determinadas situações, o interesse inicial pelas substâncias ilícitas pode se transformar em participação no comércio de drogas, seja para financiar o próprio consumo, seja pela busca da emoção e do controle que esse universo proporciona. A incapacidade do governo em garantir segurança, justiça social e acesso a oportunidades, além da corrupção entre servidores públicos, pode, de forma indireta, favorecer o crescimento do crime organizado, que ocupa o espaço deixado pela ausência de poder e serviços em algumas áreas.


Em resumo, a escolha de se envolver com o tráfico de drogas surge de uma combinação intrincada de fatores, sendo que a fragilidade social e a falta de opções dignas frequentemente se evidenciam como os principais impulsionadores.



Uberlândia, 31 de outubro de 2025


Coordenação Colegiada do SINTET-UFU





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Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos
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