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Fala SINTET-UFU | 26 de julho de 2023 | Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha

PROGRAMA FM UNIVERSITÁRIA – 26 de julho de 2023

(Raissa) Olá, companheiras e companheiros, aqui é Raissa Dantas e nesse Fala SINTET-UFU a gente vai conversar sobre o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Sintonize suas lutas!

O julho das pretas chegou. O último dia 25 de julho, Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, marca as celebrações e luta deste mês. Em todo o Brasil foram realizadas marchas, debates e atividades públicas com o chamamento em comum de, abre aspas, “Mulheres negras em marcha por reparação e bem viver”, fecha aspas. Nesse sentido convidamos Ivanilda Reis, que é uma mulher preta e Coordenadora Geral da Fasubra, pra falar sobre o significado dessa data para as lutas coletivas que se colocam no nosso horizonte de mobilização.

Seja bem-vinda, companheira.

(Ivanilda) Obrigada pelo convite. Eu sou Ivanilda Reis, coordenadora geral da FASUBRA. Sou uma militante sindical que sempre entendeu a importância da luta contra o machismo, o racismo e toda a forma de opressão para a classe trabalhadora. Sou militante do coletivo Resistência do PSOL, participo de vários movimentos sociais que fazem essa luta. Então, por isso, acho muito importante estar aqui falando sobre o dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha. Essa data relembra o marco internacional de luta e resistência da mulher negra para reafirmar a necessidade de enfrentar um racismo vivido até hoje por nós, mulheres negras. Fazemos, nesse dia, também uma importante homenagem a Tereza de Benguela, líder quilombola que deu visibilidade ao papel da mulher negra na história brasileira. Essa liderança ocorreu por 20 anos, ela resistiu contra o governo escravista e coordenou as atividades econômica e política do quilombo. Quilombo esse, localizado na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia.

Vivemos um país hoje racista, em que as mulheres negras sofrem com o maior índice de todas as formas de violência. Desemprego, fome, estão na estatística como o maior número de mulheres, mães solos e as que mais choram com seus filhos mortos pela violência da polícia, com a política de falso combate às drogas. Por tudo isto, esta data tem uma importância muito grande pra que a gente dê visibilidade a essa realidade cruel que vive as mulheres negras e possamos dar continuidade a nossa luta. Uma luta de resistência, uma luta de sobrevivência.

Vivemos um governo bolsonarista, de extrema direita, que atacou a todas as mulheres, em especial as negras. Foi preciso muita resistência. Então a gente precisa entender que mudou a conjuntura. Nós agora não temos o Bolsonaro no poder, mas temos um Congresso ainda com maioria de extrema-direita. A gente ainda tem uma sociedade racista, a gente está no sistema capitalista, que nos oprime e a gente precisa fazer muita resistência. E essa luta não é só das mulheres negras, não são só dos negros, é do conjunto da classe trabalhadora. Porque quem se beneficia com essa exploração não somos nós, trabalhadores, né? É um sistema capitalista em que poucos estão no poder, a minoria de brancos, homens brancos, que estão dominando e se beneficiando com essa opressão. Com todas as formas de opressão. Por isso a gente precisa fazer essa luta juntos e juntas. Essa luta é de todos nós. Essa luta da classe trabalhadora pra avançar a gente tem que ter consciência da importância do combate ao racismo, ao machismo e todas as formas de opressão. Precisamos estar juntos. Precisamos avançar numa sociedade igualitária. Então é um prazer imenso estar falando aqui dessa data, mas eu quero deixar aqui que ela só tem importância realmente de existir, se a gente entender isso, que essa luta é de todos nós. Vamos lá, vamos lutar junto. Basta de racismo, basta de machismo, basta de todas as formas de opressão. Basta!

(Raissa) Ivanilda, nós agradecemos muito suas contribuições. E esse foi o FALA SINTET-UFU dessa semana! Você pode conferir mais informações em nosso site e em nossas redes sociais. Ótima semana a todas e todos e até o próximo programa!



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