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Gordofobia e Ambiente de Trabalho | 12 de novembro de 2025 | Fala SINTET-UFU


PROGRAMA FM UNIVERSITÁRIA – 12 de novembro de 2025


FALA SINTET-UFU – Gordofobia e ambiente de trabalho


(Osmam) Olá, companheiras e companheiros, aqui é Osmam Martins, e neste Fala SINTET-UFU a gente conversa com Suyanne Héria, Mestra em Serviço Social (UFT) e pesquisadora pioneira na discussão da Gordofobia como expressão da questão social atravessada por raça, classe e gênero no Serviço Social do Brasil. Sintonize suas lutas!


(Suyanne) Olá, Osmam. Agradeço o convite para estar aqui falando hoje no podcast do SINTET-UFU e eu gostaria de dizer que eu desenvolvo essas pesquisas sobre a gordofobia como expressão da questão social desde 2021, voltadas para a construção de políticas públicas despadronizantes de promoção da qualidade de vida das pessoas gordas, para além do diagnóstico que a medicina impõe. 


(Suyanne) E um dos questionamentos que eu trago para cá para a gente pensar é o que é a saúde de um projeto neoliberal fascista sustentado pelo capitalismo, né? Porque a saúde controla, medicaliza, ela classifica as corporalidades entre normais e patológicas. E eu me situo enquanto uma mulher negra, gorda, e bissexual que pesa 170 quilos. 


(Suyanne) Então, para além da sua resposta amais simples preconceito contra pessoas gordas, a gordofobia é uma violência de gênero antinegritude, porque ela afeta majoritariamente mulheres, mulheres negras periféricas. E ela é essa expressão da questão social. Que impacta diretamente nas condições, na qualidade de vida das pessoas gordas, da população gorda, que corresponde a mais de 60% da população, segundo dados do IBGE de 2020. 


(Suyanne) Então, essa gordofobia, ela afeta, ela compromete a saúde psíquica e social das pessoas gordas, porque ela está sendo reproduzida nas mais diversas relações e faz com que essa pessoa gorda ela enfrente o meio social hostil e a destituição de direitos sociais básicos. Através dessa gordofobia e da existência também de uma política sistêmica de mortes de pessoas gordas, através da tese do gordocídio que a advogada Maria Teresa traz, a gente percebe a existência de um ideal eugênico mesmo, de controle de corpos que seriam desviantes do que é compreendido como normal, enquanto pessoas gordas falecem, esperando atendimento médico. 


(Suyanne) Digno e humanizado, estando essa gordofobia inserida na vida das pessoas em todos os seus âmbitos. Então isso significa compreender também a gordofobia como a violência que está produzida nas contradições do sistema capitalista, que estrutura a sociedade com base na desigualdade, na exploração e na exclusão. 


(Suyanne) Por quê? Porque no capitalismo o corpo não é neutro, ele é moldado, disciplinado e controlado conforme os interesses da produção e do consumo. Porque o corpo gordo é considerado um corpo improdutivo, excessivo, fora da norma. E não é um corpo que vai estar ali produzindo para o capitalismo, né? 


(Suyanne) Porque ele é considerado justamente um corpo que não produz, um corpo improdutivo. E é dentro desse contexto que a gordofobia vem se materializando, como a violência que atuou para excluir pessoas gordas dos espaços de trabalho, do acesso à saúde, à mobilidade urbana, à educação, à lazer e à própria dignidade. 


(Suyanne) Então, finalizo dizendo, essa exclusão é funcional para o sistema, porque ela alimenta uma indústria bilionária do emagrecimento. O mercado farmacêutico, estético e médico também, além de legitimar uma política de culpabilização individual da gordura, como se fosse um fracasso pessoal e não o reflexo de toda uma estrutura opressora dentro dessa sociedade que a gente vive.


(Suyanne) Então, é fundamental dizer, a gordofobia não atinge todos os corpos da mesma maneira. Ela é uma violência interseccional de raça, classe e gênero.


(Osmam) Muito obrigado pela participação e explicação, Suyanne. Você trouxe contribuições importantes para enterdemos e enfrentarmos a gordofobia em todas as suas formas. E esse foi o Fala SINTET-UFU dessa semana. Ótimo dia a todas e todos e até o próximo programa.


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Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos
em Instituições Federais de Ensino Superior de Uberlândia.
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