Viemos a público manifestar a indignação frente à notícia de redução dos salários dos/das trabalhadores/as terceirizados/as que atuam em diversos setores do HC UFU. Após mais de um ano na luta diária contra a Covid-19, com exposição de suas vidas e de seus familiares, o conjunto de trabalhadores/as do hospital recebeu tal notícia preocupante frente a alta dos preços de itens básicos que vivemos.
Dados apontam que os/as trabalhadores/as terceirizados/as têm piores condições de trabalho e estão mais expostos/as a riscos de acidentes, assédios e adoecimentos. Além disso, sabemos que nossos colegas terceirizados/as já têm remunerações insuficientes para suprir o básico, considerando o constante aumento do custo de vida em nosso país.
Um contrato emergencial de curto prazo, com duração de seis meses, firmado pelo HC UFU/Ebserh com uma nova empresa terceirizada, possibilitou uma significativa redução dos salários. A nova empresa contratou novamente todos/as trabalhadores/as da empresa terceirizada anterior, que tinha um contrato de longo prazo com a instituição. O fato é que centenas de trabalhadoras e trabalhadores terceirizados, que já sofrem com os vínculos precários, foram bastante prejudicados por esse novo contrato.
Lembramos ainda que segundo a Pesquisa do Emprego e Desemprego (PED), de 2018, o vínculo de trabalho terceirizado atinge de maneira majoritária mulheres negras, reforçando o caráter excludente da nossa sociedade, que rejeita ou dificulta oportunidades e acesso a direitos a essa parcela importante da classe trabalhadora que tanto já sofre em razão do machismo e racismo cotidianos.
Embora nossa reivindicação seja a não terceirização dos postos de trabalho, com contratação via concurso de todos os trabalhadores do hospital, de imediato e de maneira emergencial solicitamos que o novo contrato (em processo de licitação) garanta a manutenção dos salários aplicados anteriormente.
Nos solidarizamos com essas trabalhadoras e trabalhadores e nos colocamos em seu apoio, tendo em vista que interessa aos poderosos nos dividirem em diversos vínculos trabalhistas para fragilizar a luta dos/as trabalhadores/as por direitos e melhores condições de vida.
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