Mais uma vez estamos às voltas com os problemas ocasionados pelos monstros que criamos, aceitamos e normalizamos em nossas vidas.
A terceirização, este monstro criado pelo capitalismo, como forma de precarizar trabalhos e trabalhadores, condições de trabalho, estruturas que funcionavam perfeitamente e, consequentemente, melhorar os ganhos e acumulação de uma elite burguesa cuja fome parece insaciável, mais uma vez mostra as suas garras e toda a sua incompetência prejudicando milhares de discentes, docentes e técnicos dentro da universidade.
Há muito tempo estamos lutando contra esse modelo que já se mostrou, mais de uma vez, ineficiente dentro do espaço público e, a cada medida apresentada ou ação executada, fica mais evidente que esse caminho é um poço sem fundo. Precisamos parar de cavar.
A comunidade acadêmica foi surpreendida hoje com a notícia da interdição do Restaurante Universitário pela vigilância sanitária. Milhares de pessoas terão suas rotinas prejudicadas simplesmente pelo fato de uma empresa terceirizada não ter o compromisso, ou envolvimento institucional, necessários para o zelo e bem estar desta comunidade.
Qual a solução apresentada, temporariamente, para não deixar a comunidade desamparada?
A UFU, contratante, assumir a responsabilidade de suprimento de estrutura para a empresa contratada, ou seja, mais uma vez o serviço público, aquele dito como ineficiente, socorrendo o privado, que é considerado como moderno. O fechamento do Restaurante Universitário representa o cenário de desmonte das estruturas da universidade que caminha em direção à terceirização, à precarização das condições de trabalho e do lucro acima dos direitos sociais.
É hora de cobrarmos da Universidade uma mudança de postura: chega de apagar incêndios e usar os recursos públicos para soluções mais concretas.
A UFU se posicionar preocupada, apresentando medidas paliativas e que protegem mais a empresa terceirizada do que a comunidade, como na nota divulgada, não é suficiente. A comunidade deve exigir ações mais contundentes como o retorno de um restaurante universitário organizado e controlado pela universidade e não por uma empresa que sequer entende a importância do espaço que ocupa.
Coordenação Colegiada do SINTET-UFU
“A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) foi comunicada oficialmente pela empresa contratada para servir as refeições nos Restaurantes Universitários (RUs) nos campi Santa Mônica, Glória e Umuarama, da interrupção dos serviços, em caráter TEMPORÁRIO, a partir desta terça-feira, 31 de maio de 2022.
A empresa informou que, por questões sanitárias, a cozinha em que as refeições eram preparadas não mantém as condições adequadas para continuar a produção.
A UFU, por meio da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Proae), iniciou processo de concessão de uso da cozinha do Campus Santa Mônica, outrora utilizada para preparar as refeições do Hospital de Clínicas (HC-UFU/Ebserh), a fim de garantir todas as condições para a empresa executar este trabalho.
A Proae vem acompanhando o cumprimento do contrato com a referida empresa e apontou necessárias medidas para garantir os serviços prestados e a alimentação adequada dos/das estudantes. A Administração Superior lamenta os transtornos e indica que todo esforço vem sendo realizado para o restabelecimento dos serviços.
Por fim, a UFU informa que seus/suas estudantes assistidos/as continuarão recebendo o auxílio-alimentação para que, neste período, tenham condições de adquirir a devida alimentação sem prejuízos às atividades acadêmicas. Ademais, também foi aberto novo edital para contemplar novos/as estudantes.”
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