É com profundo sentimento de lamento e repulsa que tomamos conhecimento de que a Gestão do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Animais Silvestres – LAPAS, da Faculdade de Medicina Veterinária cometeu um vil e retrógado ato de prática antissindical.
A Gestão em questão, talvez esquecendo o espaço público em que atua, ignorando o código de ética do serviço público e as orientações do direito administrativo que permeiam as normas no serviço público, decidiu, de modo unilateral e autoritário, por colocar à disposição dois servidores lotados no setor que ele coordena, pelo simples motivo de adesão dos trabalhadores ao movimento grevista de 2024, conforme registro no Ofício 001/2024-FAMEV.
Talvez essa gestão não tenha compreendido ainda algumas questões que são fundamentais para a qualidade no serviço público: todos e todas neste espaço são servidores públicos, independentemente do cargo ou do segmento ao qual pertençam.
Sendo que, não houve ainda a compreensão que no serviço público qualquer ato punitivo deve ser precedido do devido processo administrativo com amplo direito de defesa a quem é acusado. Ignorou-se também que o direito de greve é constitucional, está previsto nas regulações da OIT e que foi graças a estes movimentos de trabalhadores e trabalhadoras e da sociedade que faculdades como a que atuamos conseguiram se estabelecer.
É repugnante encontrarmos ainda em nosso meio pensamentos e atitudes como esta que ainda enxerga o técnico-administrativo como um instrumento ou objeto dispensável quando as vaidades e interesses pessoais do gestor não são atendidos.
O movimento grevista compreende a Faculdade de Medicina Veterinária como um dos organismos mais importantes em nossa região na proteção da saúde, da vida e do direito dos animais e da natureza, mas lamenta profundamente que em seu meio ainda existam pensamentos antidemocráticos como os que temos vivenciado nos últimos tempos, culminando com essa atitude inaceitável.
Nosso apelo é de que os membros conscientes e humanistas da faculdade, que sabemos ser em ampla maioria, se movimentem no sentido de tirar do espaço de poder pensamentos retrógados que mancham uma história tão significativa como a da FAMEV.
O movimento grevista de 2024 está empenhado em lutar nesse período não apenas por melhorias salariais, mas também por melhores estruturas de trabalho e também por melhores condições de recursos para que as faculdades da UFU avancem na concretização de suas missões.
Nenhum trabalhador ou trabalhadora da universidade é propriedade de alguma administração e o dispositivo de “colocar servidor à disposição” não deve jamais ser utilizado nessa acepção.
A Luta dos trabalhadores e trabalhadoras é legítima e jamais aceitará a permanência do assédio e do autoritarismo em nosso meio, e dessa forma o Comando Local de Greve orienta que servidores e servidoras denunciem quaisquer tentativas de intimidação e cerceamento ao direito de greve.
Diante do exposto, repudiamos com toda a força que a indignação permite a atitude dessa Gestão e reivindicamos que a Universidade tome providências imediatas quanto à apuração do assédio cometido, diante da denúncia pública dessa nota.
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