Por Raissa Dantas
Na manhã dessa terça-feira, 12 de dezembro, teve início o XXV CONSINTET-UFU que celebra o centenário da Revolução Russa. Delegadas, delegados, observadores e convidados foram recebidos com um café da manhã e posteriormente foi realizada, por Alexandre Igrecias, assessor político do SINTET-UFU, fala contextualizando a temática do congresso e na sequência, quebrando o protocolo, todas e todos presentes ouviram e entoaram o hino da Internacional Comunista, que emocionou todas e todos presentes.
A atividade seguiu, então, com mesa de abertura composta por Celeste Silva, coordenadora geral do SINTET-UFU, Jorgetania Ferreira pela Frente Povo Sem Medo (FPSM), Luiz Paulo Melo pela Associação de Pós-graduandos da UFU (APG-UFU), Benerval Santos pela Associação de Docentes da Universidade Federal de Uberlândia (ADUFU) e, ainda, Mário Guimarães Júnior, pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades Brasileiras (FASUBRA).
As convidadas e convidados saudaram a trajetória de lutas do SINTET-UFU, a importância da categoria em diversas frentes de luta e resistência atuais, a força da greve que está em curso na UFU e, especialmente, a composição de um congresso condizente com a necessidade de iniciativas democráticas e populares.
Mário Júnior seguiu os trabalhos realizando a leitura do Regimento, que foi destacado, debatido, apreciado pelos presentes e por ampla maioria de delegadas e delegados, foi aprovado.
Nesse momento acontece a primeira mesa do XXV CONSINTET-UFU sobre análise de conjuntura com Benerval Santos (ADUFU), Jorgetania Ferreira (FPSM), Robson Luiz (SINTET-UFU) e conduzindo a mesa, Maria José Fabiano (SINTET-UFU). Benerval abriu a mesa contextualizando a hegemonia estadunidente e o Brasil como potência latino-americana e potencial potência mundial, o golpe, a ofensiva sobre direito sociais dos trabalhadores brasileiros e a recente entrega do pré-sal. O presidente da ADUFU refletiu, ainda, sobre a inércia do povo brasileiro e como o sistema educacional contribui para um formação acrítica ao nosso histórico genocida, racista, machista, homofóbico e concluiu que “enquanto não nos resolvermos como povo, nação, continuaremos aceitando atrocidades contra nós e continuaremos como gado, sem fazer nada, então façamos todos nossa parte porque assim teremos condições de ser um país”.
Dando sequência, Robson Luiz, coordenador geral do SINTET-UFU seguiu com a temática, se propondo em realizar uma crítica e autocrítica sobre como, na atual conjuntura, o centenário da Revolução Russa é marcado também pelo retrocesso de um século em direitos trabalhistas, duramente imposto pelo desgoverno Temer. Robson recorda a história recente como o momento de perda da maior oportunidade que a esquerda brasileira já teve, uma vez que iniciou um processo de distribuição de renda sem a promoção de consciência de classe, incentivando consigo e esquecendo a formação de cidadãos com condições de conduzir popularmente mudanças a níveis estruturais no país. O coordenador do SINTET-UFU afirmou que “essa conjuntura tem uma história e ela começou quando o trabalhador pensou que podia conciliar seus interesses com o pratão. Não existe conciliação de classe na luta do trabalhador. A esquerda cometeu um erro. Fazer um congresso dessa magnitude é marcar com intencionalidade o projeto coletivo de trabalhadores, deixar individualidades no campo particular e avançar na construção de algo coletivo”. Robson frisa que, em análise, não existe nada impossível e que para reverter esse contexto é preciso envolvimento, formação e disposição. “É possível e podemos promover isso com envolvimento e formação da população. É difícil, mas não é impossível. Vamos caminhar no mesmo sentido, que as nossas armas estejam apontadas no mesmo rumo e que ao final do XXV CONSINTET-UFU possamos ter orientações de luta que contribuam conosco para entoar uma luta conjunta e efetiva”, concluiu.
Representando a FPSM, Jorgetania Ferreira iniciou sua fala refletindo sobre ser mulher e o papel das mulheres que ocupam espaços na política, contribuindo com análises de conjuntura e formulação política. Jorgetania construiu sua fala colocando como a estrutura social é desigual e além de distribuição de renda, é necessário socializar bens, cultura e política. Ela retomou com olhar crítico aos erros e acertos da Revolução Russa, erros e acertos políticos brasileiros. A convidada ressaltou que “o medo e a tristeza jogam a gente em casa, mas precisamos apostar no coletivo, no fortalecimento do trabalho de base, apostar na formação, apostar numa esquerda que também trabalha de uma outra maneira, que não pratica violência e que se move através e motivada por lutas e transformação social”. Jorgetania pondera como as condições materiais e objetivas mudaram e que lutadoras e lutadores que nos antecederam vivenciaram uma realidade muito mais difícil e desafiadora que a nossa e que conquistaram elementos que nos possibilitam existir hoje e lutar hoje. “Acreditamos que homens e mulheres constroem sua própria historia nas condições existentes”, concluiu.
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