CARTA À CLASSE TRABALHADORA DO SERVIÇO PÚBLICO
Senhores/as trabalhadores/as do serviço público brasileiro,
Estamos passando por um momento crucial na história de nossa democracia e de nossa luta pela manutenção e conquista de direitos.
A eleição para o executivo, ao contrário do que era pretendido, e satisfatório, se estendeu para um segundo turno, apresentando um risco importante de comprometimento das nossas lutas.
Nosso diálogo com as trabalhadoras e com os trabalhadores do serviço público, nesse momento, precisa ser mais franco e aberto do que já o foi até o momento.
Então nosso diálogo será direto e a respeito dos riscos que uma reeleição desse governo atual representa aos trabalhadores e às trabalhadoras do serviço público, principalmente das áreas da saúde e da educação.
Desde 2017, quando o governo Temer assumiu o governo no pós-golpe, estamos sem reajuste, ou recuperação de perdas, em nossos salários e no nosso plano de carreira.
Embora no governo Temer, nos anos de 2017 e 2018, ainda tenhamos conseguido dialogar com o governo tentando recuperar essas perdas, a partir de 2018, com a entrada do governo Bolsonaro, não conseguimos marcar uma reunião sequer para apresentar nossas pautas.
Com tudo isso, assistimos, de 2018 até o momento, o encolhimento dos orçamentos das universidades, o desvio dos recursos da educação e da saúde para todos os fins imagináveis: compra de voto no congresso, pagamento de propina no MEC, apoio massivo ao agronegócio e às grandes corporações em detrimento da agricultura familiar e pequenas e médias empresas etc. Assim, somente a classe trabalhadora, ou a base da classe social brasileira, não recebeu benefício algum, a não ser os famigerados 600,00 tão debatidos entre congresso e governo, cujo resultado só apareceu às vésperas das eleições para atingir o objetivo eleitoreiro histórico pela compra indireta, e oficial, de votos.
Apesar do esforço hercúleo das federações e representações de trabalhadores/as, este governo atual não se deu ao menos o trabalho de conhecer as pautas dos servidores públicos. Pelo contrário, fomos achincalhados durante os últimos 4 anos, taxados de vagabundos pela equipe do governo e de baderneiros pelos seus ministros mesmo trabalhando arduamente ou se reinventando durante a pandemia para atender a população.
Diante da tragédia que seria persistir o cenário atual, resta-nos decidir o que queremos para futuro: aumentar o risco de extinção definitiva do PCCTAE e de todos os benefícios que temos ou eleger um governo que nos permita, pelo menos, restabelecer o diálogo e as negociações por melhorias?
Qual destino desejamos abraçar? O destino miserável do conformismo com uma situação evitável agora, ou a possibilidade de podermos lutar, como sempre o fizemos, por nossos direitos e novas conquistas?
É importante alertar que na pauta do congresso se encontra ainda a proposta de reforma administrativa apresentada por Guedes e Bolsonaro, e o resultado do primeiro turno para o legislativo já nos coloca em um grau de risco muito alto, pela configuração conservadora e neoliberal do congresso eleito. Seja qual for o governo ano que vem, vamos precisar lutar muito para barrar de vez essa reforma que prevê, entre outras coisas, extinguir nossa estabilidade.
Portanto, não precisamos aumentar o nível de nossas dificuldades elegendo um governo que já deixou claro ser avesso ao diálogo e preferir as vias ditatoriais para tratar temas sensíveis.
Por isso, convocamos toda a base do SINTET-UFU e do serviço público federal para fazer a escolha mais apropriada aos nossos interesses neste segundo turno.
A eleição de Lula restabelece, entre outras coisas, a nossa capacidade de luta, de greve, a possibilidade de mesas de negociação, a possibilidade de dependermos de nossas próprias forças para conquistas importantes.
Venha debater conosco, em assembleia a ser realizada nesta quinta-feira, dia 06 de outubro de 2022, às 15 horas, sobre o futuro que desejamos à nossa carreira.
Se inscreva no link abaixo para participar da Assembleia:
ID da reunião: 891 0200 0981
Senha de acesso: 051051
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