Personalidade do mês: Roberta Duarte Neves

Mariana Silva Leite e Neiva Flávia Oliveira

 

 

ROBERTA DUARTE NEVES: PRESENTE!

Roberta nasceu na manhã do dia 12 de abril de 1970, em São Bernardo dos Campos, São Paulo, filha de Elizete e Moacyr. Sempre foi muito comunicativa, desde criança cercou-se de amigos. Roberta se mostrava muito “esquentada”, do tipo que não leva desaforo para casa. Já adolescente, Roberta decidiu cursar Medicina Veterinária. Assim o fez, ingressando na Universidade Federal de Uberlândia. Em 1993, estava no quinto período da faculdade.  Entretanto, com seus 23 anos de idade, Roberta foi vítima de um assassinato brutal por parte de seu ex-namorado, também estudante do curso de Medicina Veterinária, na Universidade Federal de Uberlândia. O assassinato se deu na casa do agressor e logo após comer o crime, ele decidiu tomar um banho para lavar o sangue que estava em seu corpo. Foi encontrado ainda no banho. À chegada da ambulância, Roberta ainda se encontrava agonizante, com ferimentos generalizados.

No dia do acontecido, o Centro de Operações foi acionado por uma testemunha. Chegando ao local, tiveram que forçar a entrada, já que ninguém havia respondido ao chamado da campainha.  Prontamente, depararam-se com uma poça de sangue ainda do lado de fora da casa. Adentrando à casa, avistaram uma moça cheia de sangue pelo corpo, com um telefone caído por cima de seu corpo, mas desligado da tomada. A moça ainda respirava, tentava falar, mas não conseguia. Próximo à ela havia um martelo. Na cozinha da casa encontraram uma camisa suja de sangue e junto à porta do banheiro, um facão. Ao questionarem o assassino o porquê de ter feito aquilo, ele respondeu “por ciúme”. Chegou a relatar que o namoro entre ele e Roberta era no sentido de sexo, que não tinham nada de concreto para o futuro. Por fim, mais tarde, ele disse que Roberta o traia com outros e que não seria mais “corno”. Por conseguinte, o assassino pegou a vítima e a trouxe em seu carro até sua casa, quando começou a espancá-la com murros e chutes. Em seguida, deferiu alguns golpes de facão na cabeça e costas da vítima, que caiu na sala, ficando ensanguentada.

Impelido por um infundado e doentio ciúme, agindo de maneira covarde e traiçoeira, usando de recurso que tornou impossível qualquer meio de defesa da vítima, primeiro a espancou, produzindo-lhe inúmeros hematomas e equimoses; depois lhe vibrou várias marteladas na cabeça; por último, ainda deferiu quase duas dezenas de facadas – uma faca de trinta centímetros de lâmina – a torto e a direito pelo corpo de Roberta, que foram causa eficiente de sua morte.  O assassino de Roberta foi denunciado pelo crime de homicídio doloso, qualificado pelo uso de meio cruel e insidioso e recurso que dificultou a defesa da vítima (artigo 121, §2º, III e IV, Código Penal). Foi condenado a vinte e quatro anos de prisão.

 

30 de março de 2020