SINTET-UFU promove debate sobre as 30 horas

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Mais de 200 técnicos-administrativos da UFU compareceram ao debate. (Imagem: Guilherme Gonçalves)

Aconteceu na tarde do último dia quatro de fevereiro o Debate Público sobre as 30 horas promovido pelo SINTET-UFU. O evento aconteceu no anfiteatro do bloco 8C no Campus Umuarama e contou com a presença de aproximadamente 200 pessoas. Os debatedores foram Gibran Ramos Jordão, Coordenador Geral da FASUBRA, Marlene Marins de Camargos Borges, Pró-Reitora de Gestão de Pessoas, Kárem Cristina de Souza Ribeiro, Relatora do Conselho Diretor (CONDIR), e Robson Luiz Carneiro, Coordenador Geral do SINTET-UFU.

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Da esquerda para a direita os debatedores e debatedoras: Marlene Marins, Gibran Jordão, Kárem Cristina e Robson Luiz Carneiro. (Imagem: Guilherme Gonçalves)

 

O objetivo do debate foi ampliar ainda mais a discussão sobre o processo de implementação da jornada de trabalho de 30 horas na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O assunto está pautado na reunião do CONDIR de sexta-feira, dia 12/02, no qual o sindicato promoverá uma Assembleia Ato no saguão da Reitoria.

O primeiro a falar foi o coordenador da FASUBRA, Gibran Ramos Jordão que fez um breve histórico da luta dos trabalhadores, que eram forçados a trabalhar excessivas horas por dia gerando revolta da classe. “Obviamente a exploração do trabalhador gerou revoltas e lutas dos trabalhadores contra seus patrões”, disse.

Porém, mesmo com a redução da carga de trabalho, os burgueses passaram a esmagar e oprimir os trabalhadores para continuar produzindo em menos tempo o mesmo que produziam com carga de horário maior. E para Gibran esse modelo de administração da indústria foi incorporado na administração pública. “O desenvolvimento tecnológico já é um motivo para a redução da carga horária dos técnicos-administrativos. Por exemplo, 30 anos atrás o técnico trabalhava com máquina de escrever, o que demandava mais tempo para elaboração do trabalho. Hoje o técnico utiliza computadores de última geração e impressoras modernas, ou seja, o funcionário hoje despacha muito mais documentos, ele faz muito mais trabalho no mesmo tempo”, explicou.

Ainda de acordo com o coordenador da FASUBRA, a maioria dos representantes da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) é contra a redução da jornada de trabalho. “Poucos reitores tem a sensibilidade de ver que a redução da jornada de trabalho melhora o rendimento do trabalhador, diminui os afastamentos, principalmente por estresse, consequentemente os gastos das universidades diminuem. Se reunirmos forças para enfrentar com a administração superior da universidade poderemos provar para ela que a jornada pode ser reduzida sem comprometer a qualidade do serviço prestado”, finalizou.

A segunda a falar foi à relatora do CONDIR, Kárem Cristina de Souza Ribeiro. Explicou todo o processo de estudos da Comissão das 30 horas da UFU. “Não há dúvida quanto a legalidade da redução da jornada de trabalho, ainda assim estudamos universidades que já implantaram e as que estão em processo de implantação. A intenção é que se instaurado na universidade o processo não seja desfeito como foi no passado”, disse a relatora.

Kárem ainda explica que “o propósito principal da flexibilização é promover a melhoria da qualidade de vida dos servidores”. Para finalizar apresentou os pré-requisitos para que às 30 horas sejam implementadas. “No processo de flexibilização é preciso mostrar que o trabalho em 30 horas será tão bom ou melhor do que o feito em 40”, completou.

Em seguida foi à vez da Pró-Reitora de Gestão de Pessoas, Marlene Marins explicar a intenção da administração universitária. “A reitoria quer fazer o processo ouvindo os envolvidos para que não haja erros dentro dele e a decisão não seja revogada no futuro como aconteceu há alguns anos atrás”, falou a pró-reitora.

Finalizou explicando toda a cautela da reitoria com o assunto. “Há muito empenho por parte da administração para que a implementação ocorra, mas ela quer que tudo seja analisado com calma e paciência para que o não haja recuo da decisão no futuro. Às vezes pode parecer que somos duros nas questões, mas toda cautela é em respeito à história da instituição UFU”, completou.

Para fechar o debate falou o Coordenador Geral do SINTET-UFU, Robson Luiz Carneiro. “Diferentemente do setor privado que visa o lucro capital, o serviço público visa o lucro social, ele busca melhorias para a sociedade e para entregar um bom trabalho o técnico-administrativo precisa ter qualidade de vida”, disse.

O Coordenador Geral participou da comissão das 30 horas e afirmou que “Toda a UFU tem condições de fazer a flexibilização da jornada. A flexibilização será um bem para a sociedade que receberá um serviço melhor por parte do servidor. Estamos oferecendo a UFU uma oportunidade de melhoria no trabalho que é prestado e uma diminuição dos gastos da universidade”, finalizou.

Ao final o público pôde expor seus pensamentos e fazer questionamentos sobre o assunto. Todas as perguntas foram respondidas pelos debatedores.

 

Redação: Guilherme Gonçalves

11 de fevereiro de 2016