Projeto Liberdade Viva – Abertura

Por Nayane Dominique e Luciana Castro

 

O Projeto Liberdade Viva começou na manhã desta segunda-feira, 11, no bloco 8C do Campus Umuarama. Com o tema central “Resistência e trajetória cultural do povo negro no Brasil”, o evento em reflexão ao dia da abolição da escravatura 13 de maio busca reforçar a importância do debate. Participaram da mesa de abertura o escritor e poeta Jeremias Brasileiro, o superintendente de igualdade racial de Uberlândia padre Amauri Paixão, a militante do movimento negro Conceição Leal, a coordenadora de políticas sociais antirracismo do SINTET-UFU Joana Darc e o coordenador geral do SINTET-UFU Silnando Silvério.Altuir Tibúrcio coordenador de políticas sociais antirracismo direcionou os trabalhos. Segundo a fala dos convidados, é necessário ir além do discurso e agir estrategicamente contra o preconceito de raça e cor.

A apresentação de dança de salão do Grupo Crescer e Conviver do CEAI do bairro Tybery esquentou o evento. Vários ritmos como tango, valsa e bolero animaram o auditório que aplaudiu todas as apresentações. O contra mestre Val Francisco Valteiris apresentou o grupo NASCE capoeira, com membros da terceira idade dançando o Maculelê dança que tem origem na capoeira realizada com bastão.

 

Jeremias Brasileiro iniciou a palestra com uma poesia e mencionou suas memórias de infância, quando sofreu preconceito por ser negro. “A cor da pele no Brasil, a cor da pele é o que pesa”, afirmou Brasileiro sobre como o negro ainda é tratado. Nascido em Rio Paranaíba se mudou para Uberlândia em 1974. Com a superação dos fatos, Brasileiro se transformou de servente de pedreiro em poeta, escritor e pesquisador da cultura negra. Mestre em História pela Universidade Federal de Uberlândia, já escreveu 17 livros. Também é general do Congado em Uberlândia e acredita que a literatura é uma das formas de se combater o preconceito.

 

O representante da Superintendência de Igualdade Racial, Amauri Paixão falou sobre os desafios da instituição.  “Sem dotação orçamentária não fazemos nada”,afirmou Paixão explicitando a necessidade de recursos financeiros para realizar os projetos. Também falou sobre a importância de uma parceria ligada à educação para o estreitamento das diferenças “a diversidade não pode ser um obstáculo em nossa caminhada”, disse. Afirmou ainda que a riqueza do mundo está nas diferenças e o trabalho em Uberlândia na valorização das raças necessita de apoio.

 

Após as palestras o auditório participou de um debate sobre a lei 10.639/03, que trata do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas da rede pública.Temas como o cumprimento da lei, a realização do trabalho no município e a falta de preparo dos profissionais da educação também foram abordados.

 

11 de maio de 2015