[Greve de 48h] Seminário sobre o desmonte do Estado brasileiro

Por Lorena Martins

Fechando a greve de 48h, aconteceu no final da tarde de quarta-feira (27), no centro de convivência do campus Santa Mônica, um seminário sobre o desmonte do Estado brasileiro. A mesa foi coordenada por Dandara Claveria Rosa Peixoto, aluna do curso de História na UFU e integrante da atual gestão do Centro Acadêmico da História (CAHIS) e composta por Mário Costa de Paiva Guimarães Júnior, coordenador do SINTET-UFU; Sidiney Ruocco, presidente da ADUFU e José Carlos Muniz, advogado do SINTET-UFU.

Mário iniciou sua fala reforçando a pauta da greve de 48h, que é contra a reforma do governo e desmonte do Estado, e explica como isso afeta não só a comunidade acadêmica, composta por servidores, professores e alunos, mas também a sociedade em geral. A perda da estabilidade, além da extinção do incentivo de qualificação, são fatores que afetam diretamente a qualidade do trabalho dos servidores e, com isso, toda a comunidade é prejudicada. Os usuários do Hospital de Clínicas são um exemplo.

O coordenador do SINTET-UFU enfatiza que o momento é de “esquentar os motores” para a grande luta contra a reforma administrativa, que tramitará no congresso em 2020. De acordo com a análise feita por Mário, é possível identificar que depois do golpe de 2016, que destituiu a presidenta eleita, Dilma Rousseff, os programas sociais não cabem mais na agenda do governo e a saúde e educação públicas estão cada vez mais ameaçadas.  Para o coordenador: “a luta contra essas reformas e a defesa da saúde e educação não é apenas dos servidores públicos, mas de toda a comunidade”.

Sidiney, presidente da ADUFU, afirma que esse é o período mais sombrio para a educação, pois os ataques do atual governo são constantes. O professor acredita que “os estragos são tão profundos, que provavelmente serão irreversíveis”. Para ele, é necessário impulsionar a campanha Fora Bolsonaro. Em sua análise pessoal de conjuntura, esse ato de resistência que reivindica a saída do atual presidente é algo que já fizeram anteriormente, em outros governos, e configura uma forma de protesto.

José Carlos, advogado do SINTET-UFU, retoma as falas de Mário e Sidiney, reafirmando que estamos vivemos um momento de reformas que são ataques aos direitos dos trabalhadores. Para o advogado, não se trata de uma mera crise temporária do estado de direito. A reforma administrativa, por exemplo, pretende desestruturar totalmente o serviço público, além de programas como o Future-se e o Escola sem Partido, que embora não tenham sido aprovados, são socialmente colocados no contexto educacional e comprometem a liberdade dos profissionais da educação.

Na parte final da atividade, os presentes tiveram espaço para fazerem falas e também perguntas aos integrantes da mesa. Entre as reflexões proporcionadas pelo rico debate, é consenso que a união de estudantes, docentes e técnicos-administrativos para lutar contra os desmandos do atual governo é crucial nesse momento.

28 de novembro de 2019